domingo, 22 de setembro de 2013

Merkel é reeleita para terceiro mandato com aprovação histórica

A chanceler Angela Merkel foi reeleita para o terceiro mandato com o melhor resultado para a CDU/CSU (União Democrata/União Social Cristã) desde a reunificação alemã, há mais de vinte anos, com 41,8%, ou 297 mandatos parlamentares. Mas o seu governo foi parcialmente derrotado com o desastre do Partido Democrata Livre (FDP), os liberais aliados de Merkel que, com 4,7%, não serão mais representados no Parlamento pela primeira vez desde 1949, ano de formação do primeiro governo da Alemanha depois da Segunda Guerra. A ausência não dá a maioria de 301 mandatos para que a chanceler possa governar sem outras alianças.
- Hoje temos motivo para comemorar - disse Angela Merkel ao falar para os seus eleitores na sede do partido, por vezes interrompida pelos gritos de “Angie!”, no estilo que marcou a campanha eleitoral mais personificada da Alemanha das últimas décadas.
O candidato derrotado Peer Steinbrück, do Partido Social Democrata (SPD) descartou a possibilidade de formar um governo de aliança com os verdes e com o partido “A Esquerda”, formado pelos ex-comunistas da extinta Alemanha Oriental, que exige que a Alemanha deixe a Otan até 2017. Juntos, os três partidos têm mais mandatos do que a aliança de Merkel.
No debate entre os candidatos dos partidos eleitos para o Parlamento na TV, Merkel atribuiu sua vitória ao clima de satisfação que existe na Alemanha.
- As pessoas viajam de férias para outros países e quando voltam sabem como está boa a situação na Alemanha - disse, admitindo pela primeira vez nos últimos meses que a crise do euro continua grave: a Grécia pode precisar de um terceiro pacote de ajuda e a situação da Eslovênia não anda boa.
Ao admitir a derrota, o presidente do FDP, o vice-chanceler Philipp Rösler, anunciou sua renúncia. Depois de uma série de fracassos eleitorais, o FDP, partido que fez parte de quase todos os governos do pós-guerra pode desaparecer. Sem o partido, a chanceler vai precisar formar uma aliança com um outra legenda para o seu próximo governo. Mas Peer Steinbrück, que obteve 25,5%, 2,5 pontos a mais do que há quatro anos, anunciou que vai sugerir ao seu partido que recuse formar uma aliança de governo, com Merkel, como fez no seu primeiro governo, de 2005 a 2009. A outra possibilidade, uma aliança com os verdes, também foi recusada pelo líder verde Jürgen Trittin.
Segundo Elke Hannack, vice-presidente da Confederação Sindical Alemã, o FDP cavou a sua própria cova ao deixar o liberalismo para se concentrar só na redução dos impostos dos ricos:
- O FDP recebeu o troco por ter sido o único partido que não aprovava a criação de um salário mínimo.
O SPD, os verdes, e o partido “A Esquerda” tinham o salário mínimo nos seus programas, mas nem isso garantiu uma grande aprovação nas urnas. Steinbrück perdeu muito com a imagem negativa que tinha na imprensa. Os verdes, abalados pelo debate sobre a introdução de um dia vegetariano nas cantinas públicas, e sobre o envolvimento com segmentos que defendiam a descriminalização do sexo com crianças, tiveram um dos piores resultados, perdendo mais de dois pontos em comparação com as eleições de 2009. “A Esquerda”, formada pelos ex-comunistas da extinta Alemanha Oriental e pelos dissidentes do SPD, ficaram com 8,4%, sendo assim o terceiro maior partido do Parlamento.
Ao admitir a sua derrota, Peer Steinbrück disse que não ia ajudar Merkel a conseguir a sua maioria de governo:
- Agora a bola está com Angela Merkel. Ela é que precisa cuidar de conseguir uma maioria de governo.


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